Se Roberto e Erasmo são amantes à moda antiga, eu sou um policial à moda antiga. Ocorre que os militares mais antigos dizem que todo homem que antrava para a PM, antigamente, comprava para si um rádio e uma bicicleta. Hoje, os sonhos de consumo são outros e o que tem feito a cabeça dos recrutas é o vislumbre de comprarem um carro e um notebook. Estou na contramão da tropa.
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Pedalando vou...
Se Roberto e Erasmo são amantes à moda antiga, eu sou um policial à moda antiga. Ocorre que os militares mais antigos dizem que todo homem que antrava para a PM, antigamente, comprava para si um rádio e uma bicicleta. Hoje, os sonhos de consumo são outros e o que tem feito a cabeça dos recrutas é o vislumbre de comprarem um carro e um notebook. Estou na contramão da tropa.
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
A república se calou...
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Saudades...
Ah, a saudade...! Poetas atormentados por ela nos legaram grandes versos. Amantes cometeram loucuras em seu nome. Almas atormentadas deram cabo à própria vida. Corações definharam. Há quem diga que saudade é uma palavra que só existe na língua potuguesa, há quem diga que não. Debates linguísticos à parte, o certo é que o sentimento da ausência fere corações e mentes de todas as raças, idiomas, lugares e épocas. Comigo não é diferente, também sou humano. Também sinto saudades, assim mesmo, no plural. Muitas.
Nesse tempo em que estou longe de casa, experimentei a crueldade do mundo, a indiferença, a solidão, o medo. Deu vontade de voltar a ser menino. De chamar por minha mãe. Hoje acordei querendo colo, mas tive de me fazer duro, encarar meus algozes e suportar mais um dia. Ao final, na volta para casa, vontade de comer a janta que a mãe faz, ouvir uns conselhos e cochilar ouvindo sua voz. Liguei. A Bahia é longe e as operadoras de telefonia inoperantes.
Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Síndrome da raposa.
A Raposa e o Pequeno Príncipe.
Fragmento de “O Pequeno Príncipe”,
de Saint Exupery
(...)
E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira.
- Quem és tu? - perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer “cativar”?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer “cativar”?
- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que eles fazem. Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer “cativar”?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa “criar laços...”
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra...
- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito, suspirou a raposa.
Mas a raposa voltou à sua idéia.
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa nenhuma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa nenhuma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...
No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde às três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estaria inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos.
- Que é um rito? perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!
Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não te queria fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada.
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.
domingo, 22 de agosto de 2010
E a criatividade, cadê?
Houve um tempo em que minha mente fervia e as palavras eram constantes companhias. Um tempo em que eu pensava, e falava, e escrevia, e lia, e escrevia, e lia. Nesse tempo eu era livre. Não possuia as ambições homicidas. Eu não queria dinheiro, segurança, tampouco futuro. O presente me bastava. Eu me bastava.
Bendito Sistema.
sábado, 14 de agosto de 2010
Espumas ao vento.
quarta-feira, 21 de julho de 2010
A Guerra começou
Entrei para a gloriosa Polícia Militar de Minas Gerais, tal qual fizera meu avô, sessenta anos antes de mim. Os tempos mudaram. Progressos vieram. Como sabiamente metaforizou o vovô: antigamente, soldado era moldado pelo cinzel, hoje são desenhando à pena.
terça-feira, 25 de maio de 2010
Sete dias...
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Sábado que vem tem (mais)...
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José ?
(Carlos Drummond de Andrade)
A vida adulta é tão sem graça quanto eu supunha. Pudera eu evocar aqui todos os poetas e minha angústia não seria definida.
Oh, que saudades que eu tenho da minha infância querida em que eu ansiava aniversários, Natais, Páscoas, quadrilhas e 'setes-de-setembros'. Hoje já não os anseio, mas insistem em vir. Insistem em lembrar tempos áureos, entes idos, sonhos partidos e amores não vividos. Ontem não foi diferente.
Ontem fiz aniversário pela última vez na semana e não poderia ser de outra maneira, ontem foi sábado, a semana acabou. Mas no próximo sábado haverá espetáculo. Minha irmã vem da Bahia. Mais uma vez comemoraremos. Mais uma vez terei de tirar da gaveta minha máscara de festas, meu melhor sorriso e viver o aniversário. Em vez de aniversário eu poderia ter lançado mão de outro substantivo, comemoração, talvez. Mas há de tudo. Há teatro. Encenação. Farsa. Comemoração não há.
Quando fui criança, meus aniversários eram diferentes para mim. Eu manifestava uma real alegria e, honestamente, era grato à vida. Atualmente, percebo que já não há alegria, tampouco gratidão. Questiono. Revolvo-me. Revolto-me.
Ontem, amigos e parentes compareceram. Cada qual fez bem seu papel e soube se posicionar em cena. As falas estavam perfeitas: "nossa, como o tempo passa, não?"; "rapaz, mas que felicidade em vê-lo"; meus mais sinceros votos de felicidade"; "eu não perderia sua festa por nada neste mundo". As vozes ainda ecoam em meus ouvidos. Como estou cercado por pessoas amáveis!
A noite, porém, acabou. Voltei a visitar as masmorras da alma. Tive medo. Quis encontrar o menino que gostava de aniversários. Só encontrei um espelho. Talvez o menino esteja preso, lá dentro, em algum lugar do espelho. Nos olhos que vi, talvez. Quis quebrar o rosto que vi no espelho. Quis libertar o menino. Mas o espelho não se partiu. Quis Gritar. Quis gemer. Quis tocar a valsa vienense... e se eu morresse? _indaguei. Mas você não morre, você é duro, José ! _respondeu-me o poeta. Sábado que vem tem mais.
sexta-feira, 21 de maio de 2010
Novos tempos, velhas cismas
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Que comecem os jogos!
Mesmo pessoas que não são fanáticas por futebol e que não são tangidas junto com a massa, necessitam de subterfúgios como o "pão e circo" romanos. Eu, no exato momento em que escrevo este texto, necessito de algum paliativo para diminuir minha insatisfação. Tal qual a plebe romana, que necessitava de espetáculos sangrentos para se esquecer de sua vida deplorável, eu, e a espécie humana, em geral, necessitamos diminuir nossos descontentamentos. Necessitamos paliativos vários.
A escolha que fiz por esse substantivo foi pensada. Paliativo vem do verbo paliar, que segundo o Dicionário Aurélio quer dizer, entre outras coisas, disfarçar, dissimular, encobrir; tornar aparentemente menos duro, menos desagradável. Paliar é uma necessidade humana, por sua condição efêmera e de incertezas. Não sabemos de onde viemos, nem para onde vamos (se é que vamos a algum lugar depois deste). Para não pensar em tais questões existenciais, nos cercamos de paliativos. Todo esse paliar, porém, não é capaz de nos blindar de tais questões e, num belo dia, nos pegamos angustiados, tristes, cabisbaixos, pensativos, soturnos, macambúzios, sorumbáticos. Passamos a pensar na morte da bezerra.
As épocas que me levam à melancolia são as datas comemorativas. Natal, ano novo e aniversários, principalmente o meu. E qual não é a coincidência? Hoje é vinte de maio, meu aniversário. Eis-me aqui com toda a angústia possível, deconrrente desta data. São três da manhã, o dia mal começou e a insatisfação, parecida com aquela da plebe romana, está instaurada. Necessito da proclamação do augusto césar: que comecem os jogos! Após esta ordem o povão ganhava pão (a rima nem era intencional, mas deixo-a), pessoas, literalmente, se digladiavam, e os problemas pareciam se acabar para a plebe.
Em aniversários, a raça humana se cercou de paliativos muito inteligentes. As pessoas se telefonam como se realmente se interessassem umas pelas outras. Fazem festas, que é uma boa desculpa para comerem todo tipo de comida indigesta, calórica e cancerígena. Compram presentes como se realmente quisessem dar algo ao aniversariante. Interresante notar que somos livres para nos presentearmos o ano inteiro, mas só o fazemos em datas específicas. Depois da internet então, aí que a hipocrisia, digo, o uso de paliativos, descambou de vez. Hoje, basta um simples control+C/control+V e o teatro está encenado.
Há pessoas que, verdadeiramente, gostam de aniversários e dos paliativos que deles decorrem. Eu também já gostei, um dia, lá atrás, na infância. Mas o tempo passou, a ingenuidade se foi e a angústia aumentou. Preciso me dar agora aos paliativos do mundo adulto, pois sei que há.
Descartado o passeio pela capital mineira na hora do rush, e considerada minha situação de desemprego, me resta acorrer ao último e mais sublime subterfúgio de que dispõe o homem: o amor. Como é sabido por todos, o amor nos blinda contra qualquer situação adversa, ou como se diz aqui em Minas, com ele, não tem tempo ruim. Está decidido o que quero de aniversário, o melhor dos paliativos. Como escreveu Cazuza, o poeta exagerado:"eu quero a sorte de um amor tranqüilo, com sabor de fruta mordida". E que comecem os jogos!
terça-feira, 18 de maio de 2010
Ainda há salvação.
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Formatura
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Amizade
Ainda falando de mulher gostosa, amizade também pode ser parecida. Quando se teve uma muito boa é impossível não fazer comparações. Amizade nova, ou pré-amizade, como prefiro chamar, porque amizade sempre é velha, do contrário não é amizade, não possui história, não tem memória, 'causos' bons pra se lembrar, como um belo banho de chuva.
''O Rei Leão'', a mãe leoa
Inezita Barroso
.
Nascida numa família aristocrática e apaixonada pela cultura e, principalmente, pela música brasileira, Inezita começou a cantar e tocar violão e viola desde pequena, com sete anos. Estudiosa, matriculou-se no conservatório e aprendeu piano. Formou-se em biblioteconomia pela USP, antes de se tornar cantora profissional, em 1953. (extraído da wikipedia)
"A Marvada Pinga" é um dos maiores sucessos de Inezita Barroso. Eu simplismente adoro essa música. É muito engraçada, ser interpretada com sotaque caipira a torna mais interessante ainda. A seguir, a letra e o video de uma Interpretação que Inezita fez lá nos anos 1980.
Com a marvada pinga
É que eu me atrapaio
Eu entro na venda e já dou meu taio
Pego no copo e dali nun saio
Ali memo eu bebo
Ali memo eu caio
Só pra carregar é que eu dô trabaio
Oi lá
Venho da cidade e já venho cantando
Trago um garrafão que venho chupando
Venho pros caminho, venho trupicando, xifrando os barranco, venho cambetiando
E no lugar que eu caio já fico roncando
Oi lá
O marido me disse, ele me falo: "largue de bebê, peço por favô"
Prosa de homem nunca dei valô
Bebo com o sor quente pra esfriar o calô
E bebo de noite é prá fazê suadô
Oi lá
Cada vez que eu caio, caio deferente
Meaço pá trás e caio pá frente, caio devagar, caio de repente, vô de corrupio, vô deretamente
Mas sendo de pinga, eu caio contente
Oi lá
Pego o garrafão e já balanceio que é pá mor de vê se tá mesmo cheio
Não bebo de vez porque acho feio
No primeiro gorpe chego inté no meio
No segundo trago é que eu desvazeio
Oi lá
Eu bebo da pinga porque gosto dela
Eu bebo da branca, bebo da amarela
Bebo nos copo, bebo na tijela
E bebo temperada com cravo e canela
Seja quarqué tempo, vai pinga na guela
Oi lá
Ê marvada pinga!
Eu fui numa festa no Rio Tietê
Eu lá fui chegando no amanhecê
Já me dero pinga pra mim bebê
Já me dero pinga pra mim bebê e tava sem fervê
Eu bebi demais e fiquei mamada
Eu cai no chão e fiquei deitada
Ai eu fui prá casa de braço dado
Ai de braço dado, ai com dois sordado
Ai muito obrigado!
Cascatinha e Inhana
Quando Francisco dos Santos (20/04/1919 - 14/03/1996) topou com Ana Eufrosina da Silva (28/03/1923 - 11/06/1981) sua vida tomou outro rumo.
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Ele estava em Araras, no interior paulista, se apresentando com o Circo Nova Iorque, e ela foi assistí-lo. Ela tinha 17 anos, estava noiva, mas seu destino estava escrito. "Quando vi aquele mulato tocando violão, me apaixonei" contou ela.
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O violeiro e a moreninha se casaram cinco meses depois, no dia 23 de setembro de 1941. Romance que daria pra virar música, filme e poesia. Cantaram nos picadeiros de centenas de circos por todo o país, gravaram 54 discos de 78 rpm e 30 LPs. Venderam milhares de discos numa época em que vitrola era artigo de luxo. Cantaram o Brasil mulato, o Brasil Caboclo, o Brasil fronteiriço a outros sons e culturas, traduziram a linguagem rítmica e poética de um país que nos anos 50 vivia um acelerado processo de urbanização. (trecho extraído de http://www.lucianoqueiroz.com/cascatinha.htm)
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Neste video é interessante notar que Cascatinha e Inhana dão a explicação do porquê de seus nomes artísticos.
"Índia" é uma guarânia (gênero musical de origem paraguaia, em andamento lento, geralmente em tom menor), que vendeu 300 mil cópias em seu primeiro ano de lançamento e até a segunda metade dos anos 1990 vendeu mais de três milhões de discos. "Índia" mereceu ainda diversas gravações ao longo do tempo como as de Dilermano Reis ao violão, Carlos Lombardi, Trio Cristas e Valdir Calmon e sua orquestra. Em 1973 Gal Costa regravou "Índia", que deu nome a seu LP daquele ano e que obteve grande sucesso. Em 2005 foi tema da personagem Serena, da novela "Alma Gêmea", da Rede Globo, desta vez na voz de Roberto Carlos.
"Meu Primeiro Amor", como pode-se ver, não é só um filme bonitinho estrelado por Macaulay Culkin. É uma belíssima obra de nosso cancioneiro, já gravada por grandes intérpretes, como Caetano Veloso e Maria Bethânia, além dos precursores Cascatinha e Inhana.
Dalva de Oliveira
Será a bendita paixão?
terça-feira, 23 de março de 2010
Qual o sentido de blog? Mais um lugar-comum?
Na verdade é isso mesmo que acontece. Fazemos as coisas porque os outros fazem. Um dia desses me vi criando uma nova conta no facebook - eu já criara outra a qual nunca usei. Aconteceu que, por ouvir alguém comentando sobre o facebook, me veio uma necessidade enorme de ter o meu facebook novamente, mesmo sabendo que não o usarei. Com o twitter foi a mesma coisa, logo que surgiu eu quis ter o meu microblog também. Confesso que é interessante o conceito, mas não tive saco para mexer com aquilo, não. Deletei minha conta. Só me resta saber por quanto tempo resistirei sem ter o meu twitter, afinal, o twitter caiu nas graças da mídia e é alardeado por seus usuários. Acabarei seguindo a onda...
Meu caro leitor talvez queira me indicar algum tratamento psicológico, quem sabe psiquiátrico? Deve estar pensando, pobre coitado, maria-vai-com-as-outras... E realmente impressiona a necessidade que os humanos têm de se adequar, se igualar, se comparar e se comportar como seus pares. Mesmo que isso, às vezes, não o agrade. O certo é que, na maiorria dos casos, ser diferente também não é agradável., apenas quando todos são.
O gozado é que está na moda ser diferente, e para ser diferente, todos acabam se igualando. Alguns discursos ''diferentes'':
Ah, eu não assisto a Rede Globo...
Eu não como carne...
Não tenho religião... ou,
Sou ateu...
Eu não assisto ao BBB...
Eu não assito a novela...
Eu, particularmente, ouço frases assim quase todos os dias. E sempre elas saem da boca de pseudo-intelectuais. Pessoas que empostam a voz, como se dessem uma entrevista sobre economia à Marília Gabriela. Sem problemas, cada um tem o direito de dizer coisas como as que escrevi acima, o que me intriga, porém, é que se isso fosse verdade, haja vista a quantidade enorme de pessoas que se manifestam assim, a Globo, a pesar da Record, não seria a líder absoluta de audiência em todos os horários; o Brasil não possuiria os maiores rebanhos bovino, suíno e de aves do mundo; o Brasil não seria o maior país católico do mundo e onde as igrejas, protestantes históricas e evangélicas, mais crescem no mundo; o Big Brother Brasil não estaria na sua décima edição (agora em 2010); e as novelas não seriam um dos assuntos preferidos nas rodas de amigos, nos salões de beleza, em casa e, pasme-se!!, em oficinas mecânicas e obras da construção civil.
Ser diferente e autêntico é super bacana, mas o é porque dessa forma se é igual a todo mundo , entendeu?