sexta-feira, 21 de maio de 2010

Novos tempos, velhas cismas


Não sei se é um sexto sentido, mas às vezes tenho a estranha (e desagradável) sensação de que estão me fazendo de bobo. Isso me corrói por dentro, porque trata-se apenas de uma suspeita, um palpite. Tenho me percebido um cara muito ingênuo. Acredito demais nas pessoas, e isso às vezes me faz quebrar a cara.


Nos relacionamentos, cautela vem a calhar, mas desconfiaça não cabe. Recentemente, navegando na internet, eis que surge uma garota, linda, gente fina e solteira. Para completar, nos demos muito bem. Rolou uma empatia enorme e temos muitas afinidades. A relação foi se aprofundando de tal maneira que é como se eu a conhecesse pessoalmente. Como se ela morasse no outro quarteirão.


Infelizmente, no mundo virtual, os relacionamentos podem ser tão conturbados quanto no mundo concreto. Some-se a isso a cautela, que na internet vira desconfiaça. Desconfiança que desperta diversos sentimentos humanos: ciúme, ansiedade, medo... Sim, estou com medo! Medo da minha ingenuidade e da pessoa que posso encontrar. Quando me refiro à pessoa, que fique bem claro que não estou com medo de encontrar uma velha tarada ou um travesti. Não é isso. Minha correspondente e eu já nos vimos, trocamos fotos e temos provas contundentes da existência um do outro.


O medo que sinto é o medo inerente a todo relacionamento. O medo da mentira. De me envolver. De me desgastar. De sofrer. Decidi correr todos os riscos e quero viver esse relacionamento dos tempos modernos. O difícil é conviver com toda essa incerteza... Quero mais é que o virtual se concretize. Que minha musa cibernética venha para o meu mundo de três dimensões.

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