domingo, 18 de outubro de 2009






Quem já não assistiu o filme A vida é bela? Maior concorrente do brasileiro Central do Brasil no Oscar 1999, o filme italiano (no original, La vita è bella) emocionou plateias do mundo inteiro e, ao meu ver, mereceu mesmo todos os prêmios que recebeu. A vida é bela, muito me seduz por conter, mesmo em meio ao drama vivido pelas personagens, leveza e bom humor. Eis a maior lição do judeu Guido: onde há amor, há humor. Não tecerei mais críticas aqui, porque não sou nenhum especialista em cinema. Meus elogios se devem à minha condição de espectador satisfeito.
Além de mim, Avida é bela marcou muitas pessoas, entre elas minha irmã, que o citou outro dia num bate papo que tivemos aqui em casa. Ela se lembrou do filme ao comentar a situação de uma amiga sua que dá uma de Guido Orefice - vive um esforço tremendo para fazer a vida parecer mais amena para seus filhos.
Minha irmã e sua amiga se conhecem dos tempos de escola. Estudaram juntas lá pela sexta série. Depois suas vidas seguiram caminhos diversos. Minha irmã estudou, investiu em si mesma e na carreira. A amiga dela se envolveu muito jovem com homens. Foi mãe aos quinze. Penou. Sofreu. Comeu o pão que o Diabo amassou. Hoje está casada, é cabeleireira e mãe de três crianças. Sua vida não é fácil, ela enfrenta aquilo que todo mundo que não nasceu de quina pra Lua tem de enfrentar: pretações, farmácia, roupa, calçados, material escolar... e tem tido êxito nessa tarefa - não sem desgastes, obviamente.
A amiga de minha irmã é uma baita mãezona. Procura dar aos filhos a melhor educação possível, mostrando a eles o quanto a vida é maravilhosa e digna de ser preservada. Um velho ditado resume bem o esforços dessa mulher: ela faz das tripas coração. Se um de seus filhos faz aniversário, e ela não tem dinheiro para comemorar, os amigos são convocados a colaborarem. Cada um contribui como pode. Com um pouquinho de trigo daqui, um refrigerante de lá, balões dacolá... e com muito amor: a festa está montada!


Outro dia fariam um piquenique num parque da cidade. Mãe animada e filhos empolgadíssimos. Soube que um bolo de chocolate estava sendo preparado para a ocasião. Deve ter sido um sucesso o passeio. O parque ao qual foram não é nenhuma das sete maravilhas, mas o bairro em que vivem não fica atrás. Algumas árvores de frondes raleadas, brinquedos depredados, muita pichação e skatistas. Um lugar inóspito para muita gente, tal qual o campo de concentração em que estiveram Guido e Josue. Talvez a amiga de minha irmã nem ache a vida tão bela quanto procura fazer parecer, entretanto vê a importância de seus pequenos não desistirem do jogo. Assim vão caminhando...



***




Para você, caro leitor, que tenha se interessado em assistir à película, deixo mais abaixo dados que o informarão melhor, se é que que você ainda não teve a oportunidade de ver esse clássico do cinema mundial.
A Vida É Bela (La vita è bella). Itália. 1997. Cor. 116 min. Direção: Roberto Benigni. Roteiro/Guião: Vincenzo Cerami / Roberto Benigni. Elenco: Roberto Benigni, Nicoletta Braschi, Giorgio Cantarini, Giustino Durano, Sergio Bini Bustric, Marisa Paredes. Género: Comédia dramática. Idioma: Italiano.

Na Itália, durante a Segunda Guerra Mundial, Guido, filho de judeus, é mandado para um campo de concentração, juntamente com seu filho, o pequeno Giusoé. Guido é um homem simples, inteligente e espirituoso, um pai amoroso, e graças a isso consegue fazer com que seu filho acredite que ambos estão participando de um jogo, sem que o menino perceba o horror no qual estão inseridos.
A primeira parte do filme tem as características já peculires aos filmes de Benigni, no estilo pastelão, repleto de trapalhadas. Esta parte é centrada na comicidade romântica, na luta de Guido para conquistar sua principessa Dora. Embora esta porção do filme não seja considerada de grande impacto, ela é crucial para desenvolver o vínculo entre Guido e Dora, que será fundamental para criar o impacto dramático no restante das cenas.
Aos cinqüenta minutos o filme tem a passagem da comédia para o drama. Agora o ano é 1945, a guerra está em sua fase final, Guido e Dora têm um filho de cinco anos. É quando pai e filho são levados para o campo de concentração e inicia-se todo o empenho de Guido em esconder de seu filho o horror e os perigos que os cercam. Dora ao perceber que Guido havia sido levado, pede para também ser levada, embora não fosse judia, e teve seu pedido aceito, demonstrando a enorme prova de amor de uma mulher pelo seu marido e pelo seu filho.

Principais prêmios e indicações:
  • Oscar 1999 (EUA)
    Venceu nas categorias de melhor ator (Roberto Benigni), melhor filme em língua estrangeira e melhor canção original. Indicado nas categorias de melhor filme, melhor diretor, melhor montagem e melhor roteiro original.
  • Festival de Cannes 1998 (França)
    Recebeu o Grande Prêmio do Júri. Indicado à Palma de Ouro.

  • Prêmio César 1999 (França)
    Recebeu o prêmio de melhor filme estrangeiro.
  • Prêmio Goya (Espanha)
    Venceu na categoria de melhor filme europeu.
  • Prêmio Grammy (EUA)
    Indicado na categoria de melhor composição instrumental escrita para o cinema.
  • Academia Japonesa de Cinema 2000 (Japão)
    Indicado na categoria de melhor filme estrangeiro.
  • BAFTA 1999 (Reino Unido)
    Venceu na categoria de melhor atuação de um ator protagonista (Roberto Benigni). Indicado nas categorias de melhor filme em língua não inglesa e melhor roteiro original.
  • Prêmio David di Donatello 1998 (Itália)
    Venceu nas categorias de melhor ator (Roberto Benigni), melhor fotografia, melhor figurino, melhor diretor, melhor filme, melhor produção, melhor cenografia e melhor roteiro. Indicado na categoria de melhor música.


Curiosidades:

  • A atriz Nicoletta Braschi, que fez o papel de Dora, mulher do personagem Guido, é casada com o ator Roberto Benigni na vida real.
  • O Oscar de melhor ator que Roberto Benigni recebeu foi o segundo na história da academia em que um ator que dirigiu o filme também foi escolhido o melhor ator; a outra vez aconteceu em 1948, em Hamlet, quando Laurence Olivier foi o diretor e também o ator premiado.
(Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário