É comum que passagens de ano sejam marcantes. A mim, sempre me marcam. Trago na memória natais mágicos da infância; santas ceias em que tinha a família à mesa, em paz, feliz; réveillons de há séculos, os quais passei fazendo a contagem regressiva num churrasco de parentes, assintindo ao show da virada numa noite de muita chuva, ou mesmo aqueles mais remotos, em que passei dormindo, como convém às crianças, e que no dia seguinte acordava achando sensasional a ideia de que poucas horas atrás era outro ano.
Este réveillon, porém, mascou-me de outro modo. As circunstâncias em si já o colocariam no rol dos mais memoráveis - moro longe de casa, da família, dos amigos... poderia ter sido triste, como não foi, poderia ter sido de muito trabalho, como sucedeu a outros políciais; mas foi de muita festa e animação.
Por ter descansado no natal, fiquei entre os escalados a trabalharem no ano novo, quando confiro a escala, a boa surpresa: estaria livre na noite da virada. Combinei com alguns amigos de irmos a um show promovido na cidade. Fui contente para casa me arrumar. A noite estava meio fria, devido à chuva que não deu trégua. Era aquela garoinha, velha conhecida do mês de dezembro. Entrei embaixo do chuveiro, água morna e revigorante. De repente... um estouro!!! O chuveiro começou a vazar água pela parte de cima... água gelada!!!
Saio eu, nu, apartamento afora gritando por alguém que desligasse a chave elétrica, antes que fechasse um curto. Pior que as inevitáveis chacotas, que vieram depois, foi ter de terminar o banho na água gelada. Foi verdadeiramente inesquecível a noite de 31 de dezembro de 2010.
Banho tomado, calça jeans, all star, camisa branca para atrair paz, amigos ''bebemorando''...
Nenhum comentário:
Postar um comentário