quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A implantação da internet no Brasil




Diferentemente da realidade norte-americana, a implantação da internet no Brasil se deu por “questões de Estado”, enquanto nos EUA interesses acadêmicos falavam mais alto. Em 1969 a agência Advanced Research and Projects Agency (ARPA) desenvolveu um projeto para conectar os computadores de seus departamentos de pesquisa.


Em terras brasileiras, no ano de 1975 o Ministério da Comunicações incumbe a Empresa Brasileira de Telecomunicações (Embratel) de instalar e explorar uma rede de transmissão de dados. Por trás da iniciativa do governo brasileiro, então exercidos pelos militares, havia interesses de caráter estratégico-militar, embora houvesse outra ala do governo que enxergava na tecnologia importantes oportunidades para o desenvolvimento do país.


Em Julho de 1980, uma comissão da Secretaria Especial de Informática, responsável por examinar a situação da teleinformática no Brasil, concluiu que possuíamos um desenvolvimento tecnológico comparável ao dos países desenvolvidos na década de 1960, ou seja, um atraso de vinte anos. A comissão responsável por esse levantamento elaborou, então, uma série de recomendações com vistas ao desenvolvimento do setor.


Nos últimos anos da década de 1980 a Embratel se dava conta do aumento do número de microcomputadores comercializados no país e da subutilização dos bancos de dados organizados por instituições governamentais e privadas e apostou então na possibilidade de interliga-los, como já se estava fazendo nos países centrais. Nessa época, os computadores instalados nas empresas tinham usos bem restritos, destinavam-se, sobretudo a facilitar tarefas de rotina, tais como controle de estoque e listagem de clientes.


Em 1987, um projeto da Embratel chamado Cirandão contava com 2.256 assinantes, uma clientela muito aquém das expectativas empresa. Tal desinteresse era explicado pelo fato das alternativas a disposição dos assinantes serem muito pequenas, sendo o correio eletrônico o principal atrativo.


A internet só viria a “emplacar” no Brasil em 1995, com a veiculação pela Rede Globo da telenovela Explode Coração. Atualmente é quase impensável a vida sem internet. Por ela são feitas transações bancárias, compras, envio de dados, etc. Em torno dela também surgiu todo um estilo de vida que contempla relacionamentos interpessoais e se formou comunidades de interesses comuns que possibilita a reunião de pessoas que estejam em qualquer parte do globo.


Obviamente, toda empreitada humana, por mais bem intencionada que seja, tem seu aspecto negativo. Com a internet também não é diferente. Com seu advento novos tipos de crimes surgiram e a jurisprudência está tendo que se rever. Toda a sociedade se envolve, hoje, num grande debate para minimizar a ação de criminosos que se valem da rede mundial. Pela galeria de bandidos virtuais figuram pedófilos, estelionatários, espiões e uma gama infindável de pessoas com objetivos escusos.


Com relação ao mundos dos negócios, esse nunca mais foi o mesmo depois da internet, que em si é um grande negócio, se tornou quase uma “commodity”. Grandes corporações cada vez mais voltam seus olhares para a possibilidade da estrutura global de informação da internet suportar outros serviços comerciais. Há quem preveja um futuro em que as transações comerciais se dêem quase que exclusivamente pela internet. Quem viver verá, e pela velocidade com que a tecnologia e as mudanças decorrentes dela surgem, não será preciso viver muito para isso.