segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Um certo babacão Rodrigo


            Um certo apresentador sensacionalista de programa policial da Rede Record, volta e meia, nos brinda com verdadeiras pérolas do mineirês, esse dialeto tão “bunitim” da língua portuguesa. Das várias expressões e provérbios a que recorre, adoro quando diz: “vou viver minha vida inteira e mais seis meses e ainda não terei visto de tudo neste mundo.” Que verdade mais verdadeira! Quando pensamos que já vimos de tudo, que nada mais nos surpreende, nos deparamos chocados dizendo: nossinhora!! esse cara não fez/disse isso... né pussível uma coisa dessa!!

            Infelizmente, o apresentador sensacionalista tem razão, vive-se uma vida inteira, e das mais longevas, sem que se veja de tudo, ou, antes, sem que deixemos de nos surpreender com as velhas surpresas. A capacidade (des) humana para o ridículo, para o medíocre, o mesquinho, o vil, a baixeza, a ignomínia, parece não ter fim.

            Segunda-feira de manhã, feita minha toilette, tomado o desjejum, início o ritual sagrado do presente século: acessar as redes sociais e ver a quantas anda o mundo. Facebook aberto, uma curtida aqui, um comentário ali, um “cruz credo” numa foto acolá... e assim o homem “culto” que sou vai se inteirando dos “fatos relevantes”, da pauta do dia. Eis que, a certa altura, vejo a opinião bostástica de um cara comentando sobre a ''Festa do Pequi'', evento tradicional aqui de Montes Claros que a cada ano se apresenta mais desorganizado e menosprezado pela prefeitura da Terra do Pequi. Reproduzo-o ipsis litteris:

 

 

 

            Um ano e três meses vivendo em Montes Claros e os hábitos e comportamentos da província ainda me chocam. Choca-me supor que ao indivíduo não envergonha publicar comentário tão deplorável e hediondo. Choca-me saber que há aqueles que coadunam com tamanho preconceito. Obviamente, gente assim, que não é lá muito gente, existe em todos os lugares, não é um privilégio de Montes Claros, mas noutros lugares a coletividade já não tolera pessoas assim. Ah! como seria bom se esse indivíduo passasse a frequentar o Prédio 2 da Unimontes, prédio em que funciona o Centro de Ciências Humanas (CCH). Talvez assim se tornasse um pouco mais humano.