quarta-feira, 21 de julho de 2010

A Guerra começou


Entrei para a gloriosa Polícia Militar de Minas Gerais, tal qual fizera meu avô, sessenta anos antes de mim. Os tempos mudaram. Progressos vieram. Como sabiamente metaforizou o vovô: antigamente, soldado era moldado pelo cinzel, hoje são desenhando à pena.

Nos idos de 1950, realmente o trem era feio, como se diz por aqui. Haviam castigos físicos, muita precariedade e despreparo. Salário era raro. Mesmo assim, meu avô cumpriu seus trinta anos de serviço e foi descansar em seu sítio.

O século XXI chegou, com ele, melhorias consideráveis na vida do brasileiro, inclusive na dos policiais, quem diria? Nesse ensejo, decidi ingressar nas fileiras dos descendentes do bravo alferes. Qual não é minha surpresa? No dia em que entrei estourou uma guerra.

A guerra em questão é psicológica e física. Testo os meus limites. Meus oponentes são fortíssimos: a saudade, o medo, a falta de dinheiro, um colega de quarto desorganizado e um calo no pé. Na minha última postagem citei Raul Seixas, volto a fazê-lo: ''pare o mundo que eu quero descer''!!!

Quisera eu escrever mais, entretanto é forçosso que eu me despeça do caro leitor: chamada no batalhão às seis da manhã. Preciso engomar meu fardamento, senão o Senhor Tenente...

Fui!