terça-feira, 23 de março de 2010

Qual o sentido de blog? Mais um lugar-comum?


Agora são três e meia da tarde. Não sei por que cargas d'água resolvi acessar este blog. Sempre que o releio, acho tão ridículas as coisas que escrevi, mas continuo o mantendo. Provavelmente para atender a uma necessidade minha de ser igual aos meus contemporâneos que têm blogs, fotologs, orkuts, msn...

Na verdade é isso mesmo que acontece. Fazemos as coisas porque os outros fazem. Um dia desses me vi criando uma nova conta no facebook - eu já criara outra a qual nunca usei. Aconteceu que, por ouvir alguém comentando sobre o facebook, me veio uma necessidade enorme de ter o meu facebook novamente, mesmo sabendo que não o usarei. Com o twitter foi a mesma coisa, logo que surgiu eu quis ter o meu microblog também. Confesso que é interessante o conceito, mas não tive saco para mexer com aquilo, não. Deletei minha conta. Só me resta saber por quanto tempo resistirei sem ter o meu twitter, afinal, o twitter caiu nas graças da mídia e é alardeado por seus usuários. Acabarei seguindo a onda...




Meu caro leitor talvez queira me indicar algum tratamento psicológico, quem sabe psiquiátrico? Deve estar pensando, pobre coitado, maria-vai-com-as-outras... E realmente impressiona a necessidade que os humanos têm de se adequar, se igualar, se comparar e se comportar como seus pares. Mesmo que isso, às vezes, não o agrade. O certo é que, na maiorria dos casos, ser diferente também não é agradável., apenas quando todos são.





O gozado é que está na moda ser diferente, e para ser diferente, todos acabam se igualando. Alguns discursos ''diferentes'':



Ah, eu não assisto a Rede Globo...



Eu não como carne...



Não tenho religião... ou,

Sou ateu...



Eu não assisto ao BBB...



Eu não assito a novela...



Eu, particularmente, ouço frases assim quase todos os dias. E sempre elas saem da boca de pseudo-intelectuais. Pessoas que empostam a voz, como se dessem uma entrevista sobre economia à Marília Gabriela. Sem problemas, cada um tem o direito de dizer coisas como as que escrevi acima, o que me intriga, porém, é que se isso fosse verdade, haja vista a quantidade enorme de pessoas que se manifestam assim, a Globo, a pesar da Record, não seria a líder absoluta de audiência em todos os horários; o Brasil não possuiria os maiores rebanhos bovino, suíno e de aves do mundo; o Brasil não seria o maior país católico do mundo e onde as igrejas, protestantes históricas e evangélicas, mais crescem no mundo; o Big Brother Brasil não estaria na sua décima edição (agora em 2010); e as novelas não seriam um dos assuntos preferidos nas rodas de amigos, nos salões de beleza, em casa e, pasme-se!!, em oficinas mecânicas e obras da construção civil.



Ser diferente e autêntico é super bacana, mas o é porque dessa forma se é igual a todo mundo , entendeu?